ATA DA DÉCIMA SEXTA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 18.08.1994.
Aos dezoito dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e quatro reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte e cinco minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Professor Gaetano Santagada, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 182/92 (Processo nº 2459/92), de autoria do ex-Vereador Vicente Dutra. Compuseram a MESA: Vereador Luiz Braz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Doutor César Alvarez, representante do Senhor Prefeito Municipal; Chanceler Lucia Roseman, representante do Cônsul Italiano; Doutor Adriano Bonaspetti, Presidente do “Cômites” - Comitê dos Italianos no Exterior; Doutor Carmine Motta, Consultore Della Regione Calabria; Senhora Filomena Feoli, Presidente do Centro Calabrês do Rio Grande do Sul; Professor Gaetano Santagada, Homenageado; Vereador Airto Ferronato, 1º Vice-Presidente da Casa, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente falou da importância da presente solenidade, atentando para a forte presença da cultura calabresa em Porto Alegre e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que se manifestariam em nome da Casa. O Vereador Airto Ferronato, em nome das Bancadas do PMDB, PDT, PT, PC do B, PFL, PP, PPS e PSDB, registrou ser o Professor Gaetano Santagada autor do projeto que tornou Morano Calabro cidade-irmã de Porto Alegre, dizendo estender-se a presente homenagem a todos os italianos que, saindo de sua pátria, aqui vieram construir uma nova vida. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PPR, falou sobre a vida do Homenageado, traçando paralelo com suas próprias experiências e dizendo orgulharem-se os porto-alegrenses por, hoje, adotarem oficialmente àquele que já há muito integra a nossa comunidade. O Vereador Jocelin Azambuja, em nome da Bancada do PTB, teceu comentários acerca da história da colônia calabresa existente em Porto Alegre, atentando para a relação de fraternidade sempre existente entre italianos e brasileiros.Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças, no Plenário, da Senhora Aida Santagada, esposa do Homenageado, do Senhor Salvatore Severino, representante do Deputado Federal Victor Faccioni, do Senhor Genarino Laytano, Presidente do Conselho Deliberativo do Centro Calabrês do Rio Grande do Sul, e do Senhor Angelo Geriace, Vice-Presidente da Sociedade Italiana. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores César Alvarez, Vicente Dutra e Lucia Roseman, que saudaram o Homenageado, falando da importância de seu trabalho para a manutenção das relações de amizade hoje existentes entre italianos e brasileiros e para a luta contra o racismo e a discriminação entre os povos. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou a todos para, de pé, assistirem à entrega ao Professor Gaetano Santagada, pelo ex-Vereador Vicente Dutra e pelo Senhor César Alvarez, do Diploma e da Medalha referentes ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, concedendo, a seguir, a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Ainda, o Senhor Presidente falou sobre o significado da constituição de cidades-irmãs em diferentes países para a luta por uma sociedade mais humana e feliz, agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e quarenta minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Luiz Braz e secretariados pelo Vereador Airto Ferronato, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Airto Ferronato, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
(Obs.: A Ata digitada nos Anais é cópia do documento original.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz):
Damos por abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada à entrega do
Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Professor Gaetano Santagada.
Este título honorífico ao Professor foi em virtude do Requerimento 182/92,
Proc. nº 2459/92, de autoria do ex-Vereador Vicente Dutra.
Chamamos para compor a Mesa o Exmo. Sr. homenageado Gaetano Satagada;
Exmo. Sr. representante do Prefeito Municipal, Dr. César Alvarez; a Exma. Sra.
representante do Cônsul Italiano, Chanceler Lúcia Roseman; o Exmo. Sr.
Presidente do “Cômites” - Comitê dos Italianos no Exterior, Dr. Adriano
Bonaspetti, o Exmo. Sr. Consultore Della Regione Calabria, Dr. Carmine Motta; a
Exma. Presidente do Centro Calabrês do Rio Grande do Sul, Sra. Filomena Feoli.
A seguir, em pé, vamos ouvir a execução do Hino Nacional Brasileiro.
(É executado
o Hino Nacional.)
Que bom seria se pudéssemos sempre viver momentos como este que estamos
vivendo, aqui, na Câmara Municipal, quando alguém sai de uma região distante
para vir até a nossa Cidade a fim de receber uma homenagem que tem, na verdade,
um simbolismo muito especial. No momento em que vivemos, a solidariedade é uma
das coisas mais importantes que pode existir entre os povos, o entrelaçamento
de interesses, a ajuda mútua, o estender de mãos, tudo isso deve estar presente
no nosso dia-a-dia, no nosso mundo. É muito importante saber que lá na distante
Itália existe uma cidade onde nós estamos muito bem representados, porque,
afinal de contas, lá existe uma cidade irmã que, no ano de 1992, o prefeito
mereceu o reconhecimento desta Casa com o título máximo que pode ser outorgado
pela Cidade, que é o de Cidadão de Porto Alegre. Nós, aqui, nesta Casa nos
sentimos extremamente honrados em poder estar prestando esta homenagem para
alguém que representa tanto para nós. Apesar da distância que nos envolve,
apesar de tudo isso, nós, realmente, sentimos que existe uma importância muito
grande neste relacionamento, até porque temos aqui vários representantes da
Calabria. Temos uma cultura calabresa que está muito viva em todos nossos dias,
em todas nossas regiões e essa cultura também, hoje, está sendo homenageada,
aqui, pela Câmara Municipal de Porto Alegre que representa, exatamente, a
vontade de nossa Cidade. É Porto Alegre que neste instante homenageia os
calabreses no geral. É Porto Alegre que está homenageando os italianos no
geral. E Porto Alegre, através desta homenagem ao ex-Prefeito de Morano Calabro
consegue fazer com que os nossos laços de união estejam mais fortalecidos, a
fim de que possamos ser cada vez mais irmãos. Mais uma vez queremos dizer o
nosso muito obrigado ao ex-Prefeito por ter vindo até aqui para receber esta
homenagem e dizer que esta Casa sente-se honrada em poder recebê-lo. Este dia
vai ficar marcado com letras de amor na história da Câmara Municipal que, este
ano, está completando 221 anos de existência. Nestes 221 anos que estamos
completando este é um dos momentos mais importantes que estamos vivendo,
momento de podermos apertar as mãos de alguém que vem lá de longe, mas que, lá
de longe, representa, exatamente, a extensão da Cidade de Porto Alegre. A nossa
homenagem ao ex-Prefeito da Cidade de Morano Calabro, aos calabreses, aos
italianos e que possamos ser cada vez mais irmãos.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, representando as Bancadas do
PMDB, PDT, PT, PC do B, PFL, PP, PPS, e PSDB.
O SR. AIRTO FERRONATO: (Saúda os componentes da
Mesa.) É uma satisfação, nesta tarde, falar em nome de diversas Bancadas, já
nominadas pelo Presidente, em que se presta uma homenagem tão importante. É uma
imensa satisfação rever o Professor Gaetano aqui em Porto Alegre. Esta Casa tem
recebido personalidades que são motivo de júbilo, sentimo-nos honrados com as
suas presenças, muitas vindas de países distantes. É um momento de extrema
felicidade quando aqui vêm estrangeiros para receber o maior título que a
Cidade de Porto Alegre outorga aos seus cidadãos e aos cidadãos do mundo. E,
nesta tarde, quando recebemos a ilustre personalidade da Itália, um professor,
um vereador, prefeito de uma cidade de lá que vem a Porto Alegre receber esse
título, aprovado por maioria absoluta, é reconhecimento à pessoa do Professor
Gaetano. E também um reconhecimento da Cidade de Porto Alegre à Cidade de
Morano Calabro que, através do Professor Gaetano, tornou-se uma cidade irmã. E
como precisamos tanto de nossos irmãos, mais ainda precisam as nossas
comunidades. Então, esta homenagem ao Professor Gaetano Santagada também é um
reconhecimento porto-alegrense ao seu país de origem, a Itália, que muito
representa para o nosso Estado. Tenho dito que o Brasil é um país que teve uma
sorte extraordinária, desde o seu início, que pôde manter essa unidade
nacional, este território e este povo tão maravilhoso. Tivemos, num primeiro
momento, esta sorte de mantermos um país bastante grande, que é um dos raros
exemplos da humanidade, onde se pode manter uma extensão territorial, com essa
diversidade de raças, de religiões, de culturas, etc, unida e forte. Tivemos
essa sorte inicial de mantermos unidos e tivemos uma outra oportunidade, que
foi ímpar para a nossa sociedade e para todos nós, que é a felicidade de termos
recebido, em especial no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, italianos das
mais diferentes regiões da Itália, que vieram para engrandecer este Estado,
para fazer do Rio Grande do Sul a sua terra, para aqui formar suas famílias e
para aqui trazer um espírito de muita luta, de muita força e de muita fé. Hoje,
somos o que somos graças - muito - ao trabalho dos nossos antepassados.
Gostaríamos de dizer que este é um reconhecimento ao nosso Professor,
ao nosso homenageado. Desde já os nossos cumprimentos. Mas é também, sem
nenhuma dúvida, um agradecimento, uma palavra de carinho que devemos dar as
nossas origens da Itália. É uma questão de carinho em reconhecimento a tudo
aquilo que foi feito por aquelas pessoas que vieram da Itália para cá. Tenho
certeza de que é um voto de gratidão a tudo aquilo que os italianos e as
pessoas de origem italiana que aqui estão vão produzir para o nosso futuro.
Portanto, gostaria de prestar uma homenagem especial ao professor e de dizer
uma palavra de reconhecimento e cumprimentos ao nosso sempre Ver. Vicente Dutra
que demonstrou acerto quando apresentou este título. O Rio Grande do Sul
sente-se honrado com esta homenagem. Por quê? Porque é uma homenagem que o
nosso Rio Grande, através da sua Capital, através do seu povo, presta a uma
figura ilustre que veio de tão longe e que tem vindo com uma freqüência
razoável a Porto Alegre. Apesar da distância física e geográfica entre as duas
comunidades existe uma proximidade maior, que é a proximidade dos corações das
pessoas: nós, porto-alegrenses e as pessoas de Morano Calabro. Um abraço a
todos e parabéns ao nosso Professor. Sentimo-nos honrados por falar neste
momento em nome de uma série de Partidos. Também não poderíamos deixar de
registrar algumas coisas que entendemos importantes e, em especial, o nosso
apreço pelo homenageado. Ele é uma pessoa que tem dedicado sua atividade a um
interrelacionamento entre Porto Alegre e Morano Calabro. Parabéns ao
homenageado, parabéns a todos presentes, além do meu abraço especial ao meu
Professor. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Gostaria de Cumprimentar a
esposa do homenageado, Sra. Aida Santagada; o representante do Deputado Federal
Victor Faccioni, Sr. Salvatore Severino; o Presidente do Conselho Deliberativo
do Centro Calabrês do Rio Grande do Sul, Sr. Genarino Laytano; e o
Vice-Presidente da Sociedade Italiana, Sr. Angelo Geriace. Recebam o nosso
muito obrigado por estarem aqui conosco.
O Ver. João Dib está com a palavra, pela Bancada do PPR.
O SR. JOÃO DIB: (Saúda os componentes da
Mesa.) Gostaria de iniciar dizendo que “siamo tutti fratelli”. Na verdade,
Morano Calabro e Porto Alegre são duas cidades irmãs. Lá, nós temos cinco mil
habitantes mais ou menos, mas, aqui, nós temos quinze mil calabreses. Somos
todos irmãos, sem dúvida nenhuma.
Nosso homenageado de hoje nasceu numa pequena cidade que seus filhos
tornaram grande e conhecida do mundo. E, hoje, uma grande cidade o adota como
filho, uma grande cidade que tem muito de pequena. E, aí, nós nos tornamos
outra vez mais irmãos. Quero dizer, também, que eu fico satisfeito com algumas
coincidências entre a vida do nosso Professor Gaetano Santagada e a minha própria
vida. Ele, como Vereador, como Consiglieri, propôs à Irmandade de Morano
Calabro, em Porto Alegre, um Projeto seu na Câmara de Morano Calabro. Eu, como
Vereador e Secretário do Governo, tive a honra de, juntamente com o Prefeito
Guilherme Socias Villela, assinar o Decreto que tornou efetiva essa Irmandade.
(Palmas.) Ele, como eu, entrou na Câmara Municipal em 68, e eu disputei a
primeira eleição para a Câmara em 68. Isto nos aproxima, e aproxima muito mais.
Por isso, o Ver. Vicente Dutra, inteligente, competente, dedicado, muito ligado
à colônia italiana, à colônia calabresa, propôs esta homenagem, que teve a
unanimidade dos votos no Plenário, porque, realmente, era uma homenagem justa
de alguém que merecia de Porto Alegre o carinho que havia dedicado a Porto
Alegre. Nós apenas estamos retribuindo este carinho. E é com satisfação que, em
nome do meu Partido, em nome do Ver. Pedro Américo Leal, que eu saúdo o nosso
homenageado, dizendo que nós nos orgulhamos do irmão e que nós nos orgulhamos
em saber que ele pertence a esta fraternidade toda, que são os italianos e os
brasileiros, porque nós não conseguimos diferenciar, nós somos todos latinos,
nós somos todos irmãos, realmente.
Se eu comecei dizendo uma frase em italiano, que perguntei na hora para
o meu amigo Biagio, como eu diria naturalmente, também procurei ler uma frase
em italiano para que eu pudesse encerrar dizendo da excelência dos italianos,
do respeito e do carinho que nós temos pelos italianos. Então, dizia assim:
“Sièfatta l’Itália ma non se fanno gli italiani”. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja
está com a palavra pela Bancada do PTB.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, meu colega
de Bancada, Ver. Luiz Braz. (Saúda os convidados.) Temos três motivos especiais
para estarmos nesta tribuna hoje. Primeiro, por sermos também descendentes de
italianos. Meu avô veio, não da Calabria, mas do Norte da Itália, há 105 anos,
radicou-se em Nova Palma e meus familiares se espalharam pelo nosso Rio Grande.
Estão em Cruz Alta, Fortaleza dos Valos, Ibirubá. Enfim, já tem gente no Mato
Grosso, e já há alguns italianos plantando lá na Bolívia, no Paraguai. Essa
raça é terrível, quando inventa de começar a plantar, não pára mais. Estão
andando por essa América inteira.
A outra relação é que eu tive a felicidade de conviver com um grande
amigo, um grande irmão meu, o Domênico Feoli, o contador - porque tem alguns
Domênicos Feoli espalhados em Porto Alegre. Antes de ter-se despedido de nós,
passamos uma noite olhando fotografias de Morano, que ele esteve visitando,
mostrando cada pedacinho das ruas de Morano.
O terceiro aspecto é que eu moro no Bairro Menino Deus há cerca de
quinze anos. Lá está o início da colônia calabresa, que se estabeleceu nesse
Bairro e, até hoje, é motivo de um trabalho que está sendo feito pela
Professora Alzira Ban, Presidente da Associação do Bairro Menino Deus, contando
a história do Bairro e da colônia calabresa, dos italianos que ali se
radicaram. A sede é na Rua Botafogo, onde o Domênico fazia parte da diretoria.
Em homenagem aos cento e setenta anos da imigração alemã, eu contava
aos alemães que a primeira corrida da bicicleta que teve aqui em Porto Alegre
foi uma disputa entre os calabreses do Bairro Menino Deus e os alemães da Zona
Norte. Como os calabreses gostavam de pedalar bastante, eles ganharam a
primeira corrida. Os alemães, inconformados, resolveram fazer uma nova disputa,
mas perderam novamente.
Eu descobri que na primeira diretoria do Clube de Ciclismo tinha um
Azambuja, devia ser um parente meu perdido, que também participava.
Então, são essas relações de afetividade que nos fazem envolver-nos num
momento como este, em que se presta uma homenagem a um mestre, a um professor.
Orgulha-nos poder dar um título de Cidadão de Porto Alegre a um professor, em
primeiro lugar - os professores deveriam ser os mais homenageados na nossa
sociedade; depois, por ser um colega de Legislativo, um parlamentar com uma
atuação tão destacada e tão brilhante, que chegou ao cargo máximo, o de Prefeito
- a participação da sociedade, o envolvimento no processo político, no
desenvolvimento de suas comunidades é muito importante para todos nós - e,
também, por ter sido o autor desse título que fez essa integração de irmandade,
que já existe naturalmente, mas que foi formalizada nessa relação de cidades
irmãs, de Morano, e de Porto Alegre, quer dizer, realmente criando um
sentimento muito fraterno entre essas duas cidades. Por isso é que temos a
honra de poder-lhe prestar esta homenagem em nome do Partido Trabalhista
Brasileiro, e dizer que, sem ter podido conviver mais a fundo, mas conhecedores
que somos do seu trabalho, até por termos ouvido, ao longo do tempo, através
dos amigos, de que nós nos orgulhamos muito e que a Cidade de Porto Alegre se
orgulha muito ao prestar esta homenagem que teve tão excelente lembrança por
parte do Ver. Vicente Dutra. Acho que temos que usar todos os momentos desta
Casa para reconhecer o trabalho daqueles que realmente fazem por engrandecer a
nossa Cidade e que honram muito mais ainda Porto Alegre em poder ter este novo
porto-alegrense, este Professor de tanto trabalho, de tanta luta pela
integração das comunidades e que tanto tem ajudado a fazer esta integração
entre os povos. Precisamos de fraternidade, amor e união, e é este o sentimento
de todos nós que temos origem italiana. E o nosso sentimento latino sempre nos
diz que temos que ser sempre irmãos, todos os dias. Por isso, ficamos felizes
em ser seu irmão de cidadania neste momento. Um grande abraço e o nosso
reconhecimento. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Como já foi dito, esse
título é realmente a homenagem máxima que a Cidade pode oferecer. Ele é fruto
de um Projeto apresentado aqui na Câmara, aprovado pelos Vereadores da Câmara,
por dois terços, no mínimo. Isso significa que um título para ser aprovado tem
que receber, no mínimo, vinte e dois votos, dos trinta e três Vereadores
componentes da Câmara e, posteriormente, vai para sanção do Sr. Prefeito
Municipal. Significa que toda a Cidade tem que concordar com aquele
reconhecimento para que alguém possa receber o título que está recebendo,
agora, o Professor Santagada. Por isso é que nós vamos abrir o espaço para que
o Executivo também possa pronunciar-se. O César Alvarez, que está aqui,
representando o Executivo Municipal, vai fazer uso da nossa tribuna hoje.
O Sr. César Alvarez está com a palavra.
O SR. CÉSAR ALVAREZ: Sr. Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre, Ver. Luiz Braz, a quem agradeço a especial
flexibilidade na interpretação do Regimento e da nossa homenagem, que é
prestada pela Câmara, mas que é do conjunto da Cidade de Porto Alegre ao Prof.
Gaetano Santagada; Srs. Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa.) É
com muita satisfação que transmito aos Senhores, em particular ao novo cidadão
de Porto Alegre, Prof. Gaetano Santagada, os sinceros parabéns e felicitações
do Sr. Prefeito Tarso Genro. Solicitei esta inflexão, nesta cerimônia, para
propor a todos nós um momento de uma breve, porém, creio que necessária
reflexão.
A primeira diz respeito, independente da Cidade de Porto Alegre e seu
um milhão e 300 mil habitantes, à pequena Cidade de Morano Calabro, hoje, com
cinco mil habitantes, e à irmanação que nos une a que, historicamente, teve
suas raízes, suas origens sentimentais; nesse processo de migração, com as
dificuldades históricas que viveu o mundo e os diferentes países viveram. Deve,
talvez, guardadas as proporções, tentar reviver novos laços de solidariedade,
de fraternidade, de “aggiornamento” cultural, mas também social, quiçá
comercial, de serviços, de troca de experiências do mundo em que vivemos, que
se internacionaliza, cada um com sua particularidade. Por isso devemos,
freqüentemente, intercambiar experiências e fazer uma declaração de vontade de
uma cidade, onde hoje vivem 15, 20, 30 mil moraneses. Uma reflexão permanente
que vá mais além de todos nós. Que diga respeito à necessidade de construção
permanente, de convívios solidários, igualitários, embora as diferentes visões
de um mundo que cambia, o que nos traz apreensão.
Os Senhores, como meridionais, sentiram, assim como os seus familiares,
num ou noutro momento, o sentimento de intolerância, de aversão, de racismo, e
por que não, xenofobia, em alguns momentos que pode ter vivido o Norte da
Itália em relação ao Sul. E que hoje parcelas consideráveis da Europa vivem em
relação às novas migrações, aos novos movimentos de busca de emprego, de
melhoria de vida, de novas comunidades do Norte da África. Este momento nos faz
refletir que este movimento que vários de nós - falo enquanto descendente de
espanhol -, vocês de diferentes comunidades viveram, o mundo volta a atravessar
e nos faz um chamamento especial à compreensão, à tolerância, a enfrentar
sentimentos de instabilidade, capazes de reagir a novos holocaustos que
provavelmente deveremos desarmar, desde sentimentos separatistas básicos e
egoístas, contrários à solidariedade social entre regiões que se complementam:
mais pobres, menos pobres, mais ricas, menos ricas, mais ou menos produtivas, mas
onde o trabalho humano e o sentimento de identidade nos faz unir, bem como
reafirmarmos, neste processo, nossas irmanações históricas. E era com esta
preocupação, propondo que esta homenagem prestada pela Câmara permita a todos
nós esta reflexão, que nos faça militantes ativos e combatentes na defesa da
integração da solidariedade, da irmanação contra novas fobias, contra novos
racismos, contra novas discriminações. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: É claro que o Regimento
Interno da Casa foi feito para ser seguido, nos orienta em relação a todas as
nossas ações dentro da Casa, mas há determinados momentos onde devemos ter uma
certa flexibilidade, são momentos, por exemplo, como este. Alguém que saiu
daqui de Porto Alegre e foi representar a Câmara Municipal na Itália, lá em
Morano Calabro, foi exatamente o autor desta proposição. Na época Vereador
desta Casa, Ver. Vicente Dutra. E lá, ele ficou encantado com todas as
cortesias que lhe foram dispensadas naquele instante. Acho que seria descortês,
inclusive para com o nosso homenageado, se não propiciássemos ao Ver. Vicente
Dutra, que é autor da proposição, e que foi a pessoa que recebeu homenagens em
Morano Calabro, que pudesse usar a tribuna para dizer obrigado por tudo o que
recebeu na Itália.
Com a palavra o ex-Vereador Vicente Dutra.
O SR. VICENTE DUTRA: (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Inicialmente, eu queria agradecer, emocionado, Sr.
Presidente, a oportunidade que V.Exa. me proporciona de poder retornar, pela
primeira vez, em quase dois anos, a esta tribuna que tive a honra de usar
muitas vezes, em momentos importantes para esta Casa e para esta Cidade, e num
momento de tanta emoção, tão importante para mim, particularmente, como
propositor desta homenagem, que resgata algo que já deveria ter sido feito.
Confirmando a tônica dos discursos anteriores, inclusive o do Sr. representante
do Sr. Prefeito, estamos apenas festejando e confirmando o que já existe de
fato, que é a fraternidade entre duas cidades, Morano Calabro e Porto Alegre,
homenageando a figura de seu ex-Prefeito, Vereador e Professor Emérito, Gaetano
Santagada. Essa homenagem tem muito de carinho, de reverência, de
agradecimento; carinho por uma figura que demostrou através de gestos o quanto
quer bem a nossa Porto Alegre e isso foi amplamente enfatizado pelos ilustres
Vereadores que me antecederam. Reverência de respeito a uma autoridade italiana
que tem uma vida voltada à educação, à administração pública e sempre com
exemplar dedicação. Agradecimento porque Gaetano Santagada teve a feliz
iniciativa de propor “dimenaggio” entre Porto Alegre e Morano em 1975, e que
foi oficializado em Porto Alegre no dia 15 de janeiro de 1992, através de
Decreto do então Prefeito Villela e teve a chancela do Ver. João Dib, como
Secretário de Governo na ocasião.
A homenagem a Gaetano Santagada transcende à figura pessoal do
homenageado. Também se ressalta toda uma saga de integração e confraternização
entre duas raças: a italiana e a brasileira - e particularmente a calabresa,
mas especialmente a calabresa de Morano Calabro. É uma belíssima história. Uma
trajetória de lutas e defesa das suas comunidades e de muito trabalho e
sofrimento, mas que forjaram uma raça. A raça italiana. A imigração italiana teve
duas fixações. As correntes que vieram do Norte se concentraram mais no
interior, principalmente, as provenientes de Vêneto e os meridionais oriundos
da Sicília, da Campana e da Bazilicata assim como os calabreses se fixaram mais
nas cidades, onde se integraram nas atividades comerciais e outros ofícios
característicos da zona urbana. Eles logo se integraram graças à dedicação, ao
carinho, ao espírito com que se realizam todas as suas atividades no campo da
cultura, do comércio, da indústria, do magistério e até da política.
Morano Calabro é a terra onde nasceu Gaetano Santagada. Morando em
Porto Alegre merece uma apreciação que configura um fenômeno imigratório talvez
único no mundo. Uma cidade em que tem hoje cinco mil habitantes, mas que os
descendentes tranqüilamente entre a primeira, segunda e terceira geração pode
ser que estejam beirando a casa dos trinta mil habitantes, aqui em Porto
Alegre.
Destaca Núncia Santoro, estudiosa das migrações, que de 156 sobrenomes
de famílias que constituem a população de Morano, 75% estão representadas em
Porto Alegre. Praticamente, todas as famílias de uma forma ou outra, têm aqui
em Porto Alegre um representante. Para os moraneses que habitam aquela comuna,
a 700m a nível do mar, Porto Alegre não fica longe, não fica “lontano”. Ao
conversar com os moraneses, se referem a Porto Alegre como se ela tivesse
situada ali, logo atrás do Polino. Lembro que eu conversava lá com os moraneses
e eles me diziam: “Pois é, tenho um primo que mora na D. Pedro II nº 1528”. Lá
pelas tantas, a conversa derivava para outro assunto e ele voltava: “me
esqueci, não era 1528, era 630, porque o 1528 é lá na Rua Bento Gonçalves,
outra prima minha que mora lá”. Eles sabem a rua, o número, sabem tudo sobre
Porto Alegre. Meu caro Presidente, conversando com os moraneses, tem-se a
impressão que eles vão logo ali, atrás do Monte Polino, aquela belíssima
região, e vão encontrar Porto Alegre. Uma das avenidas principais de Morano
Calabro se chama Porto Alegre. Morano tem aspectos curiosos, sua fundação remonta
há mais de 300 anos antes de Cristo. Tem na sua história passagens que a
notabilizaram como uma comunidade de coragem, não só no campo de lutas, de
defesas das suas comunidades, porque quase todas as cidades do Sul da Itália
são construídas em montes, exatamente para fazer a defesa contra os atacantes:
os Mouros, os Arracenos que, em grandes levas, atacavam e traziam desgraças
para muitas comunidades. Sempre foi de luta e de defesa. Mas ela ousou, ousou
até na arte. Talvez, seja a única cidade do mundo, “pícola” Morano Calabro,
Ver. Jocelin, que tem uma estátua de Bernini, na principal igreja, a Igreja
Santa Maria Madalena, onde tem uma santa com minissaia, porque na idéia do
artista ele quis representar a ex-prostituta e depois santa, e o gesto que ele
achou foi levantar a saia um pouquinho acima do joelho, numa das pernas da
santa. Famosa, não existe em lugar nenhum do mundo essa ousadia. Essa ousadia
não foi feita neste século, foi feita na Renascença. Imaginem só, na Renascença
ousar fazer uma estátua daquele tipo. Pois está lá a estátua para quem quiser
ver, todos são convidados a visitar a Igreja de Santa Maria Madalena. Mas tem
mais ousadias de Morano.
Tem a história de Benvenuta, esposa de Tancredi, uma belíssima mulher
que num dos ataques a Morano, perpetrado pelos mercenários a mando do Rei
Aragão, foi trancafiada num calabouço e ali iria morrer. Achou até que nunca
mais veria aquela beleza de Maciço de Polino ou Morano Calabro que, como
expressa um autor, parece uma bandeja pendurada naquele morro, desfraldada
naquela imensidão de azul e verde, que é o Maciço de Polino. Mas a população se
rebelou e junta - a união faz a força - prendeu os atacantes e soltou a
Benvenuta.
Para demonstrar ainda a coragem e ousadia de Morano Calabro, talvez
seja a única Cidade do mundo em que o símbolo ostenta a cabeça do inimigo. O
símbolo de Morano tem três montes encimados pelo perfil da cabeça de um mouro.
E por que isto? Porque esse mouro andava atacando e espalhando a desgraça
naquela região, até que um dia os moradores irritaram-se e cortaram a cabeça
daquele mouro, ostentando-a como um troféu - “aqui em Morano a coisa é
diferente”.
Poderíamos contar tantas e tantas histórias da luta, em vários
períodos, mas isto iria alongar meu pronunciamento e precisamos ouvir a palavra
de nosso homenageado que, certamente, nos contará algumas coisas de Morano
Calabro.
Finalmente, eu gostaria de agradecer, meu querido Gaetano Santagada, a
todas as gentilezas de que fui alvo, traduzidas por um carinho muito especial a
Porto Alegre, quando fui até lá em novembro de 1992. Faço aqui um apelo ao
representante do Sr. Prefeito para que, ainda na gestão do Prefeito Tarso
Genro, juntamente com representação desta Casa, possa ser criada uma comitiva
para retribuirmos a visita que nos foi feita em janeiro de 1992, comandada pelo
então Prefeito Santagada.
Eram 75 pessoas para festejar conosco os 10 anos de irmandade. Uma
coisa fantástica. Não foram sete pessoas, foram 75 pessoas. Lamentavelmente -
foi explicado - era um ano eleitoral, um ano difícil, o Prefeito Olívio Dutra
tinha que acompanhar o seu candidato Tarso Genro, depois eleito; o Presidente
da Câmara, também com problemas eleitorais, não poderia se afastar. Nós temos
essa dívida a ser resgatada, Dr. Alvarez, e peço que transmita ao Sr. Prefeito
para que, juntamente com o Presidente da Casa - faço um apelo também ao
Presidente da Casa - se organize um comitiva - tenho certeza de que será
acompanhada por outras da comunidade - e, lá, possamos retribuir aquela visita
de 75 pessoas que aqui vieram. Porque eu fui lá apenas para não dizer: “Não
veio ninguém”. Tentei fazer uma justificativa; foi homenagem de todo o lado;
toda a comuna reunida, os Conselheiros, o Sr. Prefeito, tudo formalizado;
televisão, nunca dei tanta entrevista na minha vida; nunca comi tanto; tive que
fugir dois dias depois porque, senão, iria morrer com tanta comida, o carinho
com que essa gente de Morano nos trata, a nós, aqui de Porto Alegre.
E, por tudo isso, como já enfatizei, esta homenagem, Gaetano, que está
sendo prestada, tem o sentido de formalizar - apenas isto - aquilo que já
estava no coração de todos nós: o agradecimento, o carinho a toda a comunidade
de Morano Calabro e, em caráter muito especial, a ti que foste quem teve a
idéia muito feliz naquele momento de colocar no papel, de formalizar, porque os
atos públicos têm que ser formalizados para que se eternizem.
Então, nós agradecemos. Não tenho nada mais a destacar porque tu já és
um porto-alegrense; todo o moranês é um porto-alegrense; todo o porto-alegrense
descendente tem o seu carinho por Morano Calabro. De modo que estamos, neste
momento, apenas festejando aquilo que um dia fizeste com aquela feliz
iniciativa. Muito obrigado, e que tu voltes muitas vezes aqui, porque Porto
Alegre te ama, Porto Alegre te agradece por tudo aquilo que representas junto a
tua comunidade, para todos nós. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Sra.
Chanceler Lúcia Roseman, representante do Cônsul Italiano.
A SRA. LÚCIA ROSEMAN: Exmo. Sr. Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre, Ver. Luiz Braz; Exmo. Sr. Homenageado Prof. Gaetano
Santagada; Exmo. Sr. representante do Prefeito Municipal, Dr. César Alvarez;
Exmo. Sr. Presidente do Comitê dos Italianos, Dr. Adriano Bonaspetti; Exmo. Sr.
Consultore della Regione Calabria, Dr. Carmine Motta; Exma. Presidente do
Centro Calabrês do Rio Grande do Sul, Sra. Filomena Feoli.
Além das várias homenagens merecidas ao Professor, tenho o prazer de
ler uma mensagem do Cônsul-Geral da Itália Giani Martini que, por motivo de
força maior, não pôde comparecer.
(Lê.)
“Lamentando não poder estar aqui, hoje, por ocasião da homenagem que as
autoridades da Cidade de Porto Alegre prestam ao meu ilustre compatriota, Prof.
Santagada, faço presente com imensa satisfação que a amizade e afeto entre a
local comunidade italiana de origem italiana com a Itália, e através deles
entre o povo brasileiro e o italiano aumentam continuamente. A homenagem de
hoje ao Prof. Santagada assume, portanto, um significado simbólico de vontade
de estreitar sempre mais os laços entre dois povos, geograficamente distantes,
mas espiritualmente muito próximos.
Ao Prof. Santagada, os nossos cumprimentos.” Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos o sempre Ver.
Vicente Dutra para vir até a Mesa. Convido também o representante do Prefeito
Municipal, Dr. César Alvarez.
Chegou o momento de entregarmos o Título de Cidadão de Porto Alegre,
acompanhado da Medalha, de acordo com o que diz a Lei, nesta homenagem prestada
ao Prof. Santagada.
Peço a todos que, de pé, assistamos a entrega do título.
(É feita a entrega do Diploma e da Medalha.) (Palmas.)
A solenidade não estaria completa se não tivéssemos a oportunidade de
ouvir o Professor Santagada, o homenageado desta tarde, aqui na Câmara
Municipal.
O Professor Gaetano Santagada está com a palavra.
O SR. GAETANO SANTAGADA: (Lê seu discurso em
italiano.)
Intento esprimere il mio grazie di cuore in questo momento al Prof.
Dante de Laitano, illustre stòrico del Brasile, anche cittadino onoràrio di
Morano Calabro col a Fedele Feoli. Il a (...) (...)
commercio Cine-Foto di Porto Alegre con “Le Combid”,che (...) ebbero (...). (...)
in (...), pure li componenti (...) convitato del centenario dell’emigrazione italiana
in Brasile nel lontano 1975, a veniu a Porto Alegre quale sindaco di Morano.
Oggi poi ho il dovere di
riconoscenza al Dottore Luis Vicente Dutra che si é reso promotore di tale
ambito riconoscimento della cittadinanza onorarie che per me da questo momento
Porto Alegre diventa l’ottra patria come Morano Calabro ambita onorificenza della megdglia
do “GAUCHO”, che rappresenta il segno della massima amicizia del Popolo e dello
stato del Rio Grande do Sul.
Ne vado fiero, perchè il
merito di tanto onore e vostro, cittadini di morano in Porto Alegre, che con il
vostro lavoro avete saputo conquistarvi la stima delle autorità brasilene.
Mi piace anche
sottolineare l’iniziativa che presi insieme al consglio
comunale di Morano Calobro al mio rientro in Italia.
Infatti con atto
deliberativo del Consiglio Comunale di Morano Calabro in data 26 settembre 1975 n.90, proponevo un genellaggio tra Morano Calabro e Porto Alegre.
Abbone il 15 Gennaio 1982 il sindaco di
Porto Alegre Dott. Vilella firmava il decreto di accettasione
della proposta di genellaggio dando cosi una risposta
positiva o realissanto il sonho di tutti gli
emigranti di Morano di sentirsi fratelli con i cittadini di Porto Alegre.
Desidero sottolineare la motivacione di quale decreto 7932: “... Considerato l’enorme
contributo dei cittadini di Morano Calabro, provincia di Cosensa, Italia, e dei
suoi discendenti e nostri compatrioti, allo sviluppo economico e culturale del
Brasile ed in particolare del Rio Grande do Sul e di Porto Alegre”.
Il secretario João Antonio Bib ha provveduto alla registrazione e
publlicasione del decreto, mentre il Console d’Italia dall’epoca Dott. Gaetano
otargiacomo he sprosto il visto in data 26 Gennaio 1982.
D’ storia di ieri i festeggiamenti del decennale del gemellaggio a Gennàio
1992.
Ed ancora la sorte ha voluto che fossi io, il sindaco di Morano, in
questa ricorrenza.
Siamo um popolo di emigranti, na siamo
un popolo laborioso e pacifico; tranquillo ed
onesto sempre con l’ansia di progredire e non um popolo di oziosi e di nullafacenti.
Oggi i nostri emigranti, non sono piu
quei lavoratori mineri
che con umilta e tantissimi sacrifici
hanno cercato, oltrepassando l’oceano, di
costruirsi um posto di tutto rispetto nella società brasiliana.
Oggi i nostri concittadini emigranti sono ormai parte integrante dell
comunità del Rio Grande do Sul ed in particolare di Porto Alegre, dove hanno
raggiunto anche alti strati sociali e nel commercio e nella cultura.
In questo momento mi sento di porgere un
ringraziamento di cuore ai sindaci di Porto
Alegre che ho avuto l’onore di conoscere:
Il Dott. Vilella (1975), Il Dott. Olivio Dutra (1992), Il Dott. Tarso
Genro, attuale sindaco di Porto Alegre.
Questo ringraziamento intendo estanderlo a tutte le autorita brasilene e
italiane nonchè ai moranesi tutti, che non nomino singolarmente per evitare di
dimenticarme qualcuno, anche percheè tutti, nessuno
escluso, hanno contribuito a questo mio riconoscimento.
Quando mi è giunta la comunicasione ufficiale dell’eccellentissimo
presidente della Camera Municipale di Porto Alegre, Dott. Luiz Braz, è stata um
momento di grande commozione.
Questa cittadinanza onoraria mi gratifica non poco e ne vada
orgoglioso, perchè corona tanti anni di sacrifisi, sempre intesi per il bene di
tutti i moranesi.
I miei conscittadini hanno sempre tenuto alto il vessillo della patria lontana com il lavoto fecondo,
la cordialità, il vivere civile.
Termino questo mio dire col ringraziare,
ancora uma volta, tutti coloro che hanno voluto onorare la mia persona, concemandomi questo ambito riconoscimento che
rappresenta per me un valore inestimabile”.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós ainda vivemos em um
mundo cheio de fronteiras, de limites, de obstáculos, de muros, que muitas
vezes separam e discriminam a raça humana. Acredito que atitudes como esta do
ex-Prefeito Villela, do Dib, do Vicente, da Câmara anterior, da Câmara atual,
da Prefeitura atual, ajudam muito para que possamos começar a derrubar esses
muros, esses limites, essas fronteiras, a fim de que possamos, realmente,
irmanarmo-nos cada vez mais. Este gesto, feito em uma cidade lá na Itália, não
interessa o seu tamanho, interessa a importância que tem por ser nossa irmã, e
nós podermos ser irmãos desta Cidade de Morano Calabro. Que esta irmandade
possa ser apenas um início, porque acredito que só vamos ser felizes, só vamos
atingir uma sociedade perfeita, no momento em que pudermo-nos sentir mais
irmãos, tanto nós, de Porto Alegre, como os de Morano Calabro, os do Norte, os
do Sul, lá da Itália, como todos os povos. Temos que dar as mãos a fim de
progredirmos para uma sociedade mais perfeita, mais feliz. Infelizmente, ainda
colocamos barreiras que trazem a infelicidade no nosso meio. Hoje, acredito que
foi mais um passo, mais um gesto, mais uma atitude positiva no sentido de
podermos caminhar juntos.
Sentimo-nos profundamente honrados em receber aqui a visita do
ex-Prefeito de Morano Calabro, Cidadão de Porto Alegre. Podemos, hoje,
vislumbrar uma coisa fantástica, em ralação à tradução do texto que foi lido
pelo Professor Santagada, o Dr. Carmini resolveu não fazê-lo, por um motivo
simples: apesar da diferença lingüística, era possível se entender o principal
da mensagem dada pelo Professor Santagada. Por isso precebe-se uma proximidade
ainda maior, nem mesmo as diferenças lingüísticas, nem mesmo a distância, podem
fazer com que ficassemos afastados. Espero que essa proximidade, que os laços
que nos unem, fortaleçam-se cada vez mais para que todos estejamos juntos,
fazendo nossas sociedades felizes ou, pelo menos, caminhando nesse sentido.
Agradeço pela presença de todos, do Sr. Chico Spina - também
homenageado por esta Casa -, por quem esta Cidade se orgulha em ter como
cidadão. Hoje é um dia dedicado ao nosso homenageado, Professor Santagada,
juntamente com sua esposa, e a todos que representam a colônia italiana, e que
nos enchem de orgulho. É uma satisfação muito grande termos uma corrente que
trouxe para o Brasil muita cultura, bons exemplos. Que a cada dia também
possamos, neste lado, ser um pouco melhor com a beleza, a cultutra e a arte, e,
agora com a solidariedade. Muito obrigado.
Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às 18h40min.)
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